O Auditório Renato Araújo, na Universidade de Aveiro (UA), recebe uma palestra pública intitulada “Porque não conseguimos criar vida?.
Evento, esta terça, às 11h45, pretende refletir sobre os desafios da criação de vida artificial e a sua importância para a sustentabilidade do planeta.
A necessidade de desenvolver novas formas de vida simples surge como resposta à crescente escassez de recursos naturais e ao aumento da produção de resíduos.
Para garantir a sobrevivência da humanidade na Terra, é fundamental compreender os processos celulares e, eventualmente, criar células artificiais.
No entanto, apesar dos avanços científicos, a complexidade das células continua a representar um grande desafio.
Especialistas enfatizam que alcançar este objetivo exigirá um esforço multidisciplinar, envolvendo químicos, biólogos, engenheiros, físicos e matemáticos.
A interação de milhões de átomos e moléculas para formar uma célula funcional requer um conhecimento profundo e cooperação entre diferentes áreas científicas.
Embora já tenham sido dados os primeiros passos, ainda há um longo caminho a percorrer.
Esta palestra na UA promete estimular a discussão e a reflexão sobre o futuro da química e da biotecnologia e a responsabilidade das gerações atuais no desenvolvimento de soluções inovadoras para os desafios globais.
Convidado especial é Egbert Willem Meijer, conhecido como Bert Meijer, Professor Distinto de Ciências Moleculares, Professor de Química Orgânica na Universidade de Tecnologia de Eindhoven e fundador do Instituto de Sistemas Moleculares Complexos.
Após obter o seu doutoramento na Universidade de Groningen com Hans Wynberg, passou dez anos na indústria, trabalhando na Philips e na DSM.
Em 1991, foi nomeado professor em Eindhoven, tendo também ocupado cargos em tempo parcial em Nijmegen, Santa Bárbara e Sydney.
Bert Meijer integra vários conselhos editoriais consultivos e é editor do Journal of the American Chemical Society.
Entre os seus inúmeros prémios destacam-se o Prémio Spinoza (2001), o Prémio ACS de Química de Polímeros (2006), o Prémio AkzoNobel de Ciência (2010), o Prémio ACS Cope Scholar (2012), a Medalha Prelog (2014), a Medalha de Ouro de Nagoya (2017), a Medalha de Quiralidade (2018), a Medalha Van 't Hoff (2022) e a Medalha Staudinger da GDCh (2022).
Em 2020, foi condecorado como Comandante da Ordem do Leão dos Países Baixos pelo Rei.
É membro honorário de várias academias e sociedades, incluindo a Academia Nacional de Ciências dos EUA e a Academia Real de Ciências dos Países Baixos, onde foi nomeado Professor da Academia em 2014.
Esta palestra é gratuita e aberta ao público.
Faz parte do programa da SUPRALIFE Third School, organizada pelo Grupo de Investigação COMPASS/CICECO na Universidade de Aveiro (UA; Coordenadora), em estreita colaboração com os parceiros do consórcio: Universidade de Tecnologia de Eindhoven (TU/e), Universidade de Bordéus (UBx) e as suas entidades afiliadas, Instituto Politécnico de Bordéus (Bordeaux INP) e o Centro Nacional de Pesquisa Científica de França (CNRS).
Os responsáveis pelo projeto são os investigadores João Mano e João Borges.