Alberto Souto contesta "verdades" de Ribau Esteves e avança para Tribunal.

Alberto Souto Miranda vai colocar uma ação em tribunal contra Ribau Esteves por “juízos de valor” sobre a dedicação do antigo autarca socialista à Associação de Municípios da Ria.

É a reação ao livro de balanço a 12 anos de mandatos de Ribau em Aveiro.

Souto diz que salvou aquela estrutura que viria a dar origem à Associação de Municípios da Ria e Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro.

Em texto divulgado no fim de semana, o antigo autarca socialista, referido em vários momentos do livro, sobretudo acusado de ter deixado o Município “falido”, reage à autoavaliação de Ribau Esteves como “livrinho” que exacerba “soberba”, “mentira” e “malfeitorias cívicas”.

No momento em que conclui 12 anos de presidências em Aveiro, o livro Ribau Esteves “Aveiro Coragem de Mudar” agitou os meios políticos com aplausos de apoiantes e críticas de opositores.

Alberto Souto, com quem Ribau Esteves manteve braço de ferro durante praticamente três décadas, leu o livro e dá nota negativa ao esforço de tentar ilustrar 12 anos de governação.

“Não obstante o despudor na utilização de financiamento público para uma versão pessoal dos seus mandatos, é uma publicação imperdível para a História desses doze anos. É um bom retrato de si próprio: tem muita parra, pouca uva, muita palha, algumas mentirolas e difamações, deselegâncias bastantes para pessoas e instituições, leviandades opinativas, teorizações de pacotilha e uma infinita presunção das suas altérrimas qualidades, que só o próprio reconhece, os acólitos bajulam, os cínicos lisonjeiam e os basbaques aplaudem”, classificou Souto.

O livro de 465 páginas passa em revista as diferentes etapas, desde a recuperação financeira aos projetos emblemáticos dos mandatos.

Souto diz que falta “obra estruturante” e dá nota negativa a Rossio, Avenida Lourenço Peixinho e obra do dique do Rio Novo do Príncipe.

E aponta lacunas sérias no dossiê do novo Hospital, no financiamento da ligação Aveiro-Águeda, na alta velocidade, na edificação da antiga Lota, na supressão das portagens na A25, no campo da habitação social, na modernização da Linha do Vouga, no ex-centro de Saúde Mental de S. Bernardo e na construção de canil/gatil municipal ou intermunicipal.

“É muita derrota para um político que alardeia de si próprio uma enorme influência em Lisboa e no Universo. Foi de derrota em derrota, ganhando sempre eleições. A fanfarronice dá muitos votos. Mas perdeu sempre muito do que era essencial”.

Quanto à herança, Souto diz que há futuro “armadilhado” com o Plano de Pormenor do Cais do Paraíso “sob investigação no Ministério Público”; Pavilhão oficina de 20 Milhões de euros; demolição da casa Cerciav; construção da nova escola Homem Cristo e no Plano para a antiga Lota.