Universidade de Aveiro integra rede mundial de universidades que lutam para para reverter declínio da biodiversidade.

2022-12-09 08:05

Categoria: 

Concelho: 

Universidade de Aveiro integra Nature Positive Universities Alliance para reverter declínio da biodiversidade.

Através desta Aliança, 111 Universidades de 44 países, entre as quais a Universidade de Aveiro, já se comprometeram oficialmente a avaliar o seu impacto ambiental, de forma a realizar ações à medida para melhorar a sua pegada ecológica no nosso planeta.

A Universidade de Oxford e o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) anunciaram, esta quarta-feira, 8 de dezembro, na Conferência de Biodiversidade da ONU (COP15), o lançamento da Nature Positive Universities Alliance.

Através desta rede, as universidades comprometem-se oficialmente a trabalhar em prol de uma meta global para a natureza, com o objetivo de conter, prevenir e reverter a perda da biodiversidade, através do impacto das suas ações e restaurando os ecossistemas prejudicados pelas suas atividades.

Pretende-se que as instituições de ensino superior iniciem uma jornada rumo a uma atitude positiva para com a natureza, impulsionando mudanças positivas a vários níveis, nomeadamente no desenvolvimento de soluções para enfrentar os desafios ambientais, influenciando a suas comunidades e decisores ou atuando nas suas próprias cadeias de abastecimento e nos seus impactos operacionais.

Como sublinha E.J. Milner-Gulland, da University of Oxford e co-fundadora da Nature Positive Universities Alliance, “as universidades ocupam uma posição única na educação dos futuros líderes, desenvolvendo soluções para os desafios ambientais e influenciando as nossas comunidades e os decisores. Ao abordar os impactos ambientais nas nossas próprias instituições, podemos ser poderosos líderes de pensamento ao mesmo tempo que contribuímos diretamente para a restauração e conservação da natureza. "

Este compromisso, assumido nesta fase por 111 universidades de 44 países, será concretizado através de quatro ações-chave: 1) Avaliação da pegada ecológica; 2) Definição de metas específicas, limitadas no tempo e mensuráveis para a sustentabilidade ambiental; 3) Sensibilização das comunidades e atuação com ousadia na redução dos impactos da biodiversidade, proteção e restauração de espécies e ecossistemas; 4) Elaboração de relatórios anuais transparentes.

Algumas universidades já começaram esse trabalho, com a implementação de várias ações (ver mais em www.naturepositiveuniversities.net ).

Na Universidade de Aveiro, por exemplo, está em curso o projeto de reflorestação e sensibilização ambiental “Plantar o Futuro”, um dos maiores projetos de reflorestação nacionais de âmbito universitário. Organizada pela Agora Aveiro, em colaboração com a Universidade de Aveiro e o Município de Estarreja, esta ação tem como objetivo sensibilizar a população para a importância da biodioversidade e da sustentabilidade ambiental, envolvendo-a numa ação concreta.

Todos os anos, são entregues para adoção à comunidade académica um milhar de jovens árvores nativas (e.g., carvalho-alvarinho, Quercus robur; pilriteiro, Crataegus monogyna; pinheiro-manso, Pinus pinea; azinheira, Quercus rotundifolia) que são devolvidas uns meses depois à terra para criarem raízes no seu novo habitat.

Plantadas em Estarreja, estas árvores contribuirão para a recuperação da floresta nativa local e do seu valor na mitigação das alterações climáticas, resiliência contra incêndios e conservação da biodiversidade.

A Nature Positive Universities surge no âmbito da Década da Restauração de Ecossistemas 2021-2030 da ONU e dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e baseia-se na experiência da Universidade de Oxford na definição de uma meta ambiciosa para um ganho líquido de biodiversidade até 2035, juntamente com compromissos carbono líquido zero.

A Universidade de Oxford aliou-se ao Programa Ambiental da ONU (PNUMA) para alargar esta iniciativa a todas as universidades que se queiram comprometer com este objetivo. Como explica Harriet Waters, responsável pela sustentabilidade ambiental da Universidade de Oxford, “estas metas são difíceis de alcançar, mas através da colaboração e partilha de ideias com outras universidades que queiram comprometer-se com a Nature Positive Universities Alliance, podemos avançar coletivamente para alcançar esse ganho líquido de biodiversidade.”

Integram também a Nature Positive Universities Alliance, cidadãos de outras 408 universidades com um importante papel na sensibilização das suas universidades para este compromisso com a natureza, desenvolvendo investigação, influenciando os líderes das suas instituições e partilhando estudos de caso das suas atividades.

O Programa Aluno Embaixador, por exemplo, envolve neste momento mais de 100 estudantes de 35 países em ações voltadas para a consciencialização e abordagens positivas da natureza nos seus campi, incentivando as suas universidades a comprometer-se, através da organização de atividades positivas para a natureza, nomeadamente voluntariado para a sua restauração.

Para o Reitor da Universidade de Aveiro, Paulo Jorge Ferreira, integrar a Nature Positive Universities Alliance é “reafirmar o compromisso pioneiro que a Universidade de Aveiro assumiu com o ambiente, ainda nos anos 70, e respeitar as novas gerações e o futuro”.

Como refere “as universidades têm um papel fundamental a desempenhar na promoção de um compromisso com o ambiente e com o desenvolvimento sustentável. Para além de tecnologia e ciência, é necessário conhecimento e competências, novas formas de agir e de pensar e novas políticas públicas. Todos terão de assumir o seu papel de agente de mudança e ter uma participação ativa, incluindo as universidades. A Universidade de Aveiro tem procurado contribuir em várias vertentes - no ensino, na investigação, na inovação e na sua governação, estimulando e desenvolvendo atitudes e ações orientadas para a sustentabilidade e a proteção da natureza, atuando pela palavra e pelo exemplo”.