Últimos jovens instalados no Centro Educativo de Aveiro saem definitivamente esta terça-feira.

2015-03-31 08:25

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Os últimos dos 16 adolescentes com  idades compreendidas entre os 14 aos 18 anos, de vários pontos do país, que estavam a viver no Centro Educativo de Aveiro, por decisão do Tribunal de Menores, saem esta terça-feira, ao meio-dia, rumo a uma das Instituições Particulares de Solidariedade Social que a Segurança Social encontrou como alternativa.

As reações dos jovens, em alguns casos, "foram de desagrado", relatou João Vieira, um dos educadores mais antigos. "Tudo isto é muito estranho", referiu. "Estávamos a funcionar regularmente com 16 jovens aqui integrados. De repente fecha-se uma casa que poderia ver a 'população' aumentada em 45 ou 50 jovens. Havia condições para isso. Lamentavelmente vão encerrar isto hoje", sublinhou.

Fecham-se as portas do Lar instalado no antigo Colégio Alberto Souto e as instalações serão devolvidas ao Ministério da Justiça.

Os jovens são oriundos das zonas de Ovar, Porto e Lisboa. "Os jovens, com estas mudanças, ficam mais instáveis. Reagem a isto de forma agressiva mas, já foram entregues a outras instituições (IPSS's)".

Dos 14 educadores que ali prestavam serviço no acompanhamento e formação, nove, que vinham trabalhando a recebidos verdes há longos anos, foram dispensados.  Os da Segurança Social desconhecem a colocação que os espera. A Segurança Social "despediu nove funcionários e cinco educadores. Não sabemos para onde vamos. Nada nos foi comunicado. Estamos num impasse relativamente ao nosso futuro laboral", vincou. "Fecha-se uma casa com história, assim. Acabou, terminou", lamentou.

A Segurança Social só recentemente liquidou prestações de serviços em atraso aos educadores externos, alguns ainda com Junho do ano passado por pagar, e os restantes de Janeiro e Fevereiro passados.

A Santa Casa da Misericórdia de Aveiro ainda avaliou a possibilidade de assumir a gestão do Lar que acolhe jovens enviados pelos Tribunais, na maioria a cumprir penas, mas "não houve acordo na comparticipação das verbas necessárias", explicou Jaime Homem, Diretor Geral da instituição. O Centro Educativo de Aveiro tinha uma lista de espera de 100 adolescentes.

 

Fonte: NotíciasdeAveiro