Qualidade do ar reflecte força dos incêndios.

2019-09-06 14:41

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Alexandra Monteiro, investigadora do Departamento de Ambiente e Ordenamento e do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar da UA, já analisou ao dados sobre a qualidade do ar na região a propósito dos incêndios e deixa recomendações.

Os dados medidos de partículas atmosféricas confirmam o pior. Nas primeiras horas da manhã foram medidas concentrações acima de 400 µg.m-3, sendo que o limite diário de proteção da saúde humana é 50 µg.m-3.

“Para além da matéria particulada em suspensão no ar, que sentimos mais diretamente, existem ainda concentrações elevadas de outros compostos, como o monóxido de carbono (CO), incolor e inodoro, geralmente em concentrações reduzidas no ar ambiente. Estas concentrações elevadas geram avisos imediatos pelas entidades responsáveis, neste caso a Agência Portuguesa do Ambiente, avisos esses que são dirigidos sobretudo aos grupos de risco, que incluem as crianças, os idosos e todas as pessoas com problemas respiratórios”.

Os avisos dizem para evitar esforços físicos ao ar livre, e para permanecer em casa com as janelas fechadas, utilizando de preferência sistemas apropriados de circulação e refrigeração do ar.

“Este último aspeto é particularmente importante no dia de hoje, já que os espaços interiores foram sendo contaminados pelo exterior. Mesmo sem terem deixado as janelas abertas (que sabem tão bem nestes dias quentes), é provável que todo o ar das casas e espaços confinados esteja, também ele, irrespirável”.

A investigadora refere que não bastará estar dentro de um espaço fechado. O ideal, refere, será procurar espaços onde seja possível a circulação e refrigeração do ar, com sistemas de ar condicionado que possuam filtragem do ar.

“Se muitas vezes fomos sortudos pela nortada típica nesta cidade que nos impedia de assistirmos e respirarmos o fumo dos incêndios ocorridos no interior do país, hoje o vento de leste (que traz o calorzinho bom que tanto gostamos) não o permitiu. Por isto, se por acaso trabalha ou tem que viajar para norte ou para sul da nossa cidade, está com sorte e já não precisará de levar a máscara consigo. Na imagem de satélite desta manhã é bastante evidente que a pluma de fumo tem uma dispersão tão confinada e bem dirigida para a zona de Aveiro…”