Polis admite atrasos na obra de desassoreamento da ria devido a condicionantes ambientais.

2020-05-01 14:23

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A Polis Litoral Ria de Aveiro confirma o regresso ao trabalho nas dragagens da ria de Aveiro e assume que a empreitada vai sofrer derrapagem uma vez que há condicionantes ambientais que impedem o trabalho até Junho em determinadas áreas onde se produzem bivalves e se protegem espécies piscícolas.

Há condicionantes no canal de Mira devido à produção de bivalves na Gafanha da Encarnação.

Até junho estão interditas dragagens no Canal da Murtosa, por força da Avaliação de Impacte Ambiental, pelo que as mesmas serão retomadas neste canal, após aquela data.

A Polis Litoral Ria de Aveiro informa que a empreitada não deverá ficar concluída durante este ano (prazo de conclusão inicial: julho de 2020), “dadas as especificidades ambientais e os constrangimentos técnicos de uma obra desta natureza, estando em desenvolvimento as devidas diligências técnicas e formais para replanear a obra, que esta semana retomou a sua execução normal nos seus dois lotes”.

Recorde-se que esta empreitada - Transposição de Sedimentos para Otimização do Equilíbrio Hidrodinâmico na Ria de Aveiro (também designada por Desassoreamento na Ria de Aveiro e que está a ser desenvolvida em 2 lotes) - está em curso desde 23 de abril de 2019, tendo sido adjudicada pela Polis Litoral – Ria de Aveiro ao Consórcio “ETERMAR/MMAS/ROHDE NIELSEN”, pelo valor de 17,5 milhões de euros + IVA

Desde o passado dia 13 de abril o consórcio voltou a operar depois da pausa nos trabalhos a 18 de Março devido à pandemia.

No Canal de Ovar, a draga ‘Grou’ encontra-se a operar a norte e terminará na entrada da marina do Carregal.

Os sedimentos estão a ser repulsados através de uma tubagem que atravessa a EN327 e que se estende até ao mar, num comprimento de cerca de 3 km. Este canal, após a dragagem, terá uma largura de rasto de 40 e 50 metros e a cota de fundo de -0,5 ZH, implicando que estejam a ser retirados sedimentos, em vários troços, numa profundidade de 2 metros.

Posteriormente, esta draga será deslocada para sul, repulsando os sedimentos para as margens da ria, a nascente, nas imediações das localidades da Marinha e Tijosa, por forma a reforçar as margens e motas de proteção em zonas baixas ameaçadas pelo avanço das águas, contribuindo desta forma para a minimização de riscos, objetivo principal desta intervenção.

Uma segunda draga encontra-se também no acesso do Largo da Coroa ao Cais da Ribeira, em frente ao cais da Tijosa, prevendo-se que os trabalhos se iniciem brevemente, também com repulsão dos dragados para reforço dessas margens, que se encontram ameaçadas pelas cheias.

Está previsto dragar cerca de 1 milhão de m3 de sedimentos nos canais de Ovar até ao Carregal e até Pardilhó, da Murtosa, de Ílhavo (rio Boco), de Mira, no Lago do Paraíso e na Zona Central, numa extensão global de 95 km, cujo objetivo passa pelo reforço de margens e motas em zonas baixas ameaçadas pelo avanço das águas e da deriva litoral, contribuindo desta forma para a minimização de riscos, especialmente de erosão costeira.

Esta ação é financiada pelo POSEUR – Programa Operacional Sustentabilidade e Eficiência no Uso de Recursos, com uma comparticipação de 75%, sendo a contrapartida nacional assegurada pelo capital social proveniente do Estado e pelas Águas do Centro Litoral, no que respeita à estabilização das suas conduta