Páscoa: “Penso em tantos responsáveis de lares e outras instituições onde a Covid entrou e aumentou o sofrimento que quem já estava limitado" - D. António Moiteiro.

2020-04-10 21:35

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O Bispo de Aveiro presidiu à celebração da Paixão do Senhor e falou da pandemia Covid19 como uma cruz que guia a humanidade nos passos de Cristo.

Um desafio carregado de sofrimento mas que D. António Moiteiro antevê como caminho para um tempo novo.

“Penso em tantos responsáveis de lares e outras instituições onde a Covid entrou e aumentou o sofrimento que quem já estava limitado. Penso na dor de familiares que não podem estar presentes no momento da partida dos seus entes queridos. E no desânimo de tantos que confinados nas suas casas vêm passar os dias sema luz da esperança entrar pelas janelas. Penso no desespero de querer fazer testes em lares e não haver resposta para tantos problemas”.

Numa reflexão inspirada num recente discurso do Papa Francisco, abordou o papel da Igreja num quadro internacional difícil. A homilia desta tarde, transmitida pela internet, ficou marcada pelo momento de um país e de um mundo mergulhado nas incertezas levantadas pela questão da saúde pública.

“Diante da pandemia que espalha tanto sofrimento pelo mundo muitos se perguntam sobre o que faz Deus em relação à dor humana. A resposta é a Paixão de Cristo. Contemplando a Jesus crucificado podemos descobrir a verdadeira face de Deus. Não uma projeção daquilo que somos, do que consideramos sucesso, sentido de justiça e a nossa indignação. Mas de um Deus que se revela através do amor manifestado na humildade, proximidade e entrega. O poder deste mundo passa mas o amor permanece. Estas são palavras que o Papa proferiu na audiência geral de quarta-feira passada. Jesus não morreu para se mostrar mas para mostrar quanto Deus ama todas as pessoas”.

Mensagem de esperança que o Bispo quis deixar como estímulo para o pós-crise sanitária.

“Carregar com a cruz é requisito necessário para avançarmos pelo caminho de Jesus em direção à vida verdadeira. A cruz marca o estilo de vida que guiou Jesus na sua existência terrena. A cruz que nos salva não é o madeiro mas a humanidade de Jesus cravada no madeiro. Quem salva é o crucificado e não a cruz. A adoração da cruz deve levar-nos a dizer sim ao projeto de Deus. Que o amor triunfe perante tantos sinais de morte”.