Incêndio: Estrada cortada em Sever do Vouga devido ao fogo.

2020-09-08 15:13

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A Estrada Nacional (EN) 328 encontra-se cortada entre as Freguesias de Pessegueiro do Vouga e Talhadas, na saída para a Autoestrada 25 (A25), no concelho de Sever do Vouga, devido ao incêndio de Oliveira de Frades, informou a GNR.

Em declarações à agência Lusa, fonte da GNR disse que a EN328 era, por volta das 12h00, o único troço encerrado em Portugal continental por causa de um incêndio rural.

764 operacionais mantinham-se a combater o fogo que deflagrou em Oliveira de Frades, no Distrito de Viseu, e que passou para o Concelho de Sever do Vouga, com 232 viaturas e 15 meios aéreos, de acordo com a página na Internet da Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil (ANEPC).

O incêndio na localidade lavra há quase 24 horas, tendo já provocado a morte a um bombeiro. O bombeiro, que estava desaparecido desde o início da tarde, era da corporação de Oliveira de Frades.

Hoje da manhã, mais de mil bombeiros estão envolvidos no combate de 12 incêndios rurais, sendo o fogo de Oliveira de Frades aquele que mobiliza mais meios de socorro.

Segundo o sítio oficial da Internet da ANEPC, estão mobilizados para os fogos, no total, 1.261 operacionais, apoiados por 377 viaturas e 21 aeronaves.

O incêndio que lavra esta terça-feira no Concelho de Sever do Vouga após a extensão do fogo de Oliveira de Frades, encontra-se com "várias frentes", mas sem habitações em perigo, segundo o município.

Em declarações à agência Lusa, pelas 14 horas, o Presidente da Câmara Municipal de Sever do Vouga, António Coutinho, disse que existem "várias frentes e vários focos" de incêndio no Concelho, "alguns mais complicados até do que outros", destacando a existência de "uma frente grande que está a arder, que está a ser atacada pelos meios aéreos, na encosta entre Silveira e Arcas, e ameaçar, embora que ainda longe, os aviários".

"Não há, para já, habitações em perigo, mas em área de floresta ainda há grandes frentes", referiu.

Em relação aos meios de combate, António Coutinho deu conta da existência de "um contingente bastante grande", precisando que estão no local 753 operacionais, 234 veículos e 15 meios aéreos.

"Pensamos, com isto tudo, que iremos conseguir resolver o incêndio, embora neste momento, com os ventos que ainda se fazem sentir - cruzados, não sabemos de que lado é que estão -, temos tido projeções", indicou o autarca, ressalvando que as condições meteorológicas "são inconstantes".

Sobre a propagação do fogo de Oliveira de Frades para o Concelho de Sever do Vouga, António Coutinho manifestou-se "um pouco surpreendido" com o que aconteceu, explicando que esteve na segunda-feira a acompanhar a situação de Oliveira de Frades e, ao final do dia, "parecia que o incêndio estaria mais ou menos controlado".

"Aliás, havia apenas um foco na altura mas a norte, nada fazia prever que viesse para cá", afirmou, acrescentando que a passagem de concelho ocorreu ao início da noite de segunda-feira.

Sobre as próximas horas de combate ao incêndio, referiu, "neste momento ainda é um pouco prematuro estar a criar expectativas, porque ainda arde em muitos pontos e ainda arde bem".

"Pensamos que, se conseguirmos combater essas frentes maiores, o incêndio se poderá controlar, vamos ver. Também aqui nesta zona já não há muito mais para arder, já ardeu muita área por aqui à volta, à volta das populações, à volta da zona industrial, portanto já só mais a sul e para poente é que há para arder, para trás está tudo ardido", revelou.

O município não tem ainda o levantamento dos estragos, mas sabe que "há uma ou outra empresa com alguns danos", ainda que sejam mais superficiais, e que na zona industrial foram afetados os cabos das comunicações, agora todos queimados.

"Temos o registo de que não há nenhuma habitação ardida, há alguns pequenos arrumos junto às habitações", informou António Coutinho.

O incêndio que deflagrou na segunda-feira em Oliveira de Frades continuava, cerca de 24 horas depois, "bastante ativo", com o vento a ser o "pior inimigo" do combate, disse à Lusa o comandante distrital de Operações de Socorro de Viseu, Miguel David, às 11.15 horas, indicando que a cabeça de fogo estava a essa hora no concelho de Águeda e no concelho de Sever do Vouga.

A prioridade dos bombeiros está a ser "a defesa perimétrica de algumas aldeias" dos Concelhos de Sever do Vouga e de Águeda, e "o confinamento de pessoas nessas aldeias, considerando que estão na linha de propagação do incêndio".

 

 

 

Foto: Elmano Jorge

Fonte: Lusa