Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto está a desenvolver um estudo sobre a utilização dos serviços de saúde por mulheres grávidas imigrantes.

2017-09-18 11:55

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O Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto está a desenvolver um estudo sobre a utilização dos serviços de saúde por mulheres grávidas em Aveiro.

Investigadores do Instituto de Saúde Pública da Universidade do Porto (ISPUP) estão a avaliar o acesso das mulheres aos serviços de saúde em Portugal durante a gravidez e o seu nível de satisfação quanto aos cuidados durante e após o parto. As mulheres imigrantes e portuguesas do distrito de Aveiro estão a ser recrutadas para participarem neste estudo nacional.

O estudo chama-se "Bambino - Saúde Perinatal em Imigrantes: Barreiras, Incentivos e Resultados" e pretende "compreender de que forma os serviços de saúde são utilizados pelas mulheres imigrantes, em comparação com as mulheres portuguesas nativas", refere Henrique Barros, responsável pela Unidade de Investigação em Epidemiologia Perinatal e Pediátrica do ISPUP, e coordenador do projeto.

Henrique Barros acredita ser importante verificar como os fatores socioeconómicos e a organização dos serviços de saúde podem influenciar a saúde das mulheres e dos recém-nascidos. No caso das imigrantes, as diferenças culturais e a língua também serão considerados.

Para obtenção de dados que permitam dar resposta a estas questões estão a ser recrutadas até ao momento mulheres imigrantes e portuguesas de 30 centros hospitalares com maternidade (dos 39 que existem em Portugal Continental).

O objetivo do projeto é conseguir sete mil mulheres (3.500 imigrantes e 3.500 portuguesas nativas), durante o período de dez meses a um ano. No distrito de Aveiro estão a ser recrutadas mulheres em vários Hospitais.

Os resultados deste estudo vão servir de base para apoiar decisões no âmbito da implementação de programas de saúde relacionados com a gravidez e da integração das imigrantes no Sistema Nacional de Saúde, referiu Henrique Barros.

Participam neste estudo 16 investigadores, epidemiologistas, sociólogos e médicos de saúde pública e de obstetrícia do ISPUP, bem como cerca de 80 investigadores clínicos pertencentes aos Serviços de Obstetrícia dos hospitais públicos portugueses.

O projeto conta igualmente com o apoio técnico do Alto-Comissariado para as Migrações nas traduções necessárias.

O "Bambino", cujos resultados serão tratados até finais de 2018 e divulgados no início de 2019, é financiado pela Fundação para a Ciência e Tecnologia (FCT).