Desactivação da Escola Homem Cristo discutida na sessão da Assembleia de Aveiro. 'Edifícios de uso eterno? Nem no céu quanto mais na terra' - Ribau Esteves.

2015-06-13 00:48

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A eventual desactivação da histórica Escola Homem Cristo (paredes-meias com o edifício da Câmara de Aveiro) foi esta noite contestada pelo Deputado do Partido Socialista (PS), Filipe Neto Brandão, na sessão ordinária deste mês da Assembleia Municipal de Aveiro (com áudio). O socialista recordou que aquela Escola "não é como qualquer outra". "Temos de ter presente que aquele é o primeiro edifício no País a ser construido de raiz para servir de liceu. Tem um lugar na história da educação e cultura em Portugal", frisou.

A desativação da "emblemática" Escola para posterior instalação de serviços municipais está a ser equacionada pela maioria camarária liderada por Ribau Esteves. O autarca disse, na resposta, que "o preconceito que a 'minha Escola' é eterna, não faz qualquer sentido".

Para Ribau Esteves outras questões se levantam. "Já viram o que era o Museu de Aveiro se o Convento de Jesus tivesse sido eterno? O que seria a sede da CIRA se a Assembleia Distrital fosse eterna? Tantos edifícios notáveis nasceram porque os seus antecessores não foram eternos. A antiga Fábrica Jerónimo Pereira Campos não tem lá o Centro de Congressos e o Centro de Emprego, isso é errado?", questionou. "Esta lógica de que um edifício nasce para ser uma coisa é eterno, é um disparate. Uma coisa é a preservação patrimonial e outra coisa são edifícios de uso eterno, nem no céu quanto mais na terra", sublinhou. 

Para as bancadas do PSD e PP é relevante "aproveitar os gigantescos investimentos em obras", nas Escolas José Estêvão e Mário Sacramento não observando "qualquer problema em abandonar a Homem Cristo" para "instalar lá outros serviços, ou será melhor deixar aquilo ao abandono a degradar-se e a cair aos bocados?", questionou o centrista Ernesto Barros.