Carla Madureira quer os fundos europeus ao serviço da defesa da costa em Ovar.

2020-11-03 09:17

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Carla Madureira quer os fundos europeus ao serviço da defesa da costa em Ovar.

A deputada do PSD lembra que na última semana a água voltou a chegar aos arruamentos do Furadouro e que o problema de erosão costeira persiste.

Recordando que “ainda não chegamos ao inverno e, no concelho de Ovar, a população já vive com o coração nas mãos”, Carla Madureira sublinhou que “a defesa da costa é um desafio estratégico que a todos deve mobilizar”, exortando o governo “a agir, e muito rapidamente”.

“As futuras gerações não nos perdoariam a inação que, inexoravelmente, culminaria com a deslocalização de pessoas e bens”, atirou Carla Madureira, vincando que “o próximo quadro comunitário de apoio e o fundo europeu de recuperação são oportunidades soberanas e, provavelmente derradeiras, para financiar operações de fundo de proteção da nossa costa”.

Carla Madureira citou o Programa de Monitorização das Faixas Costeiras de Portugal Continental, coordenado pela Agência Portuguesa do Ambiente, segundo o qual a faixa costeira entre Cortegaça e Torrão do Lameiro, em Ovar, Esposende e Figueira da Foz, foram as três extensões de areal mais afetadas pelo problema da erosão nos últimos dois anos.

“Com as operações de alimentação artificial de areias realizadas nos últimos anos, outras zonas historicamente problemáticas como São Jacinto-Mira, também no distrito de Aveiro, e as praias da Caparica na Área Metropolitana de Lisboa, estabilizaram ou cresceram” – notou a deputada aveirense, sublinhando que nos 13 quilómetros que se estendem entre Cortegaça e o Torrão do Lameiro, o recuo médio anual da linha de costa foi de cerca de três metros, mas, em Maceda, o mar engoliu quase 30 metros de areal.

A deputada quer saber se há verbas para os quebra-mares destacados previstos para Furadouro, Cortegaça e Vagueira, e se está planeada alguma intervenção na praia de Maceda, onde o avanço do mar poderá ameaçar uma antiga lixeira entretanto selada.

Recorde-se que no caso de Ovar, a estratégia passa pela alimentação artificial de areias, conjugada com uma solução, pioneira no nosso país, de construção de quebra mares destacados e submersos, de forma a aumentar a capacidade de retenção de inertes e reduzir a capacidade energética da ondulação, sem colocar em causa o valor estético, económico e recreativo destas praias.