Assembleia debate fim da assistência financeira. "Aveiro é de novo maior e vacinado".

2021-04-23 23:14

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A maioria na Câmara e Assembleia Municipal de Aveiro não poupou nos elogios ao executivo pela recuperação financeira da autarquia e atribui à saída do Fundo de Apoio Municipal, que classifica como adeus à troika autárquica, momento da maior importância na vida do Município.

O relatório de contas contou com 12 votos contra do PAN, PCP, PS e BE e 24 votos favoráveis do PSD e do PP. 

“Este é um momento da maior relevância. Contas arrumadas com o passado” ouviu-se ao longo da noite de debate sobre o relatório de gestão referente a 2020 deixando aos próximos autarcas liberdade de decidir a redução de impostos.

O PS quis deixar uma farpa e pela voz de Pires da Rosa não passou ao lado das guerras internas no PSD de Aveiro e quis saber porque razão uma gestão “tão boa” está a ser colocada em causa pela concelhia com uma “remodelação” (com áudio).

“Expliquem se é tudo positivo como é que o PSD decidiu mudar os candidatos todos”.

Ribau Esteves falou pela primeira vez sobre o tema e deixou críticas indiretas ao presidente da concelhia PSD de Aveiro (com áudio).

“Como líder da coligação estou tranquilo. Tenho experiência em diatribes. Admito que outros não tenham. Quem dá cabo da política são os que só pensam em eleições. Aqueles que querem ser vereadores. A política só vale a pena quando é feita com seriedade”.

Foi o mote para uma noite em que PSD e PP elogiaram Ribau Esteves, apelidado de “verdadeiro timoneiro”, e com os partidos da oposição a criticarem a carga fiscal no máximo durante vários anos deixando aos aveirenses o mérito da recuperação.

“Este executivo tem uma forma direta de saber onde está a receita”, criticou a bloquista Rita Batista.

Raul Martins, antigo deputado do PS agora na condiçao de independente, elogiou a recuperação e deixou desafios à redução da carga fiscal.

“Há bastantes investimentos, apoio à pandemia e a recuperação financeira é um facto primordial. Aveiro passa a maior e vacinado. As receitas ordinárias são do povo e agora vai ser necessário responder à crise que aí vem. Vai ser preciso libertar os bolsos dos aveirenses o mais possível. É importante alterar a taxa do IMI. É bom que tenham sido calculados os prazos para reduzir o IMI. É preciso baixar rapidamente para 3,5%”.

Jorge Greno, do PP, acentuou a conquista pela libertação das obrigações com o FAM.

“Este feito é atingido em ano atípico. Para além da diminuição de receitas foi possível manter investimento e baixar taxas. A tese da gestão assente no aumento da atividade turística cai pela raíz. Vejam o caso dos outros municípios FAM. A capacidade de gestão foi fator diferenciador. Sentimos orgulho por fazer parte desta solução”.

Francisco Picado, do PS, elogiou a dimensão técnica dos documentos mas criticou a solução assente na carga fiscal.

“Espero que este documento seja histórico. Não por evidenciar o rácio para sair do FAM mas por ser o último por responsabilidade deste executivo. Aos aveirenses caberá decidir se se faz história. O PS perguntou se poderia ter antecipado a saída e assumiu que se fosse poder sairia mais cedo. Importa explicar como chegou a esse resultado. Maximizou receitas com carga fiscal no máximo e teve taxas de execução de despesa abaixo do expetável. Isso permite sados colossais. Deixo o desafio de baixar o IMI para 0,3%”.

Ribau Esteves assume que este é o momento de ganhar a liberdade de decidir no próximo mandato a redução da carga fiscal mas avisa para os riscos de entrar em novos facilitismos.

“Isto estraga-se com muita facilidade. Vai haver redução de transferências da adminsitração central. Mas há liberdade para decidir a carga fiscal”.

Catarina Barreto, do PSD, destacou a credibilização da autarquia.

“Dizem que a cidade é um estaleiro. Pagou-se dívida e faz-se obra nas escolas, nos bairros sociais e nos centros de saúde. Sabíamos como era a credibilidade da autarquia com os seus fornecedores”

Casimiro Calafate foi mais longe e quis relembrar esses tempos passados em que a autarquia tinha cofres vazios.

“Vim para cá em 2005 e as Juntas compravam o papel higiénico no dia 12 de Maio quando a Câmara não tinha dinheiro nem para papel higiénico. Este é um dia histórico”.

Pires da Rosa insiste nas clivagens no seio do PSD e diz que as próximas eleições mais do que avaliação à recuperação financeira são opção pelo futuro.

"O PSD 1 não se entende com o PSD 2. Esse é um facto. Há um elefante na sala. O que os eleitores querem é saber qual a visão para os próximos quatro anos. E no horizonte está um buraco de 12 milhões no Rossio".

Ribau respondeu. "O meu amigo anda à procura de um elefante mas eu só vejo um, em sentido figurativo, que é o meu amigo. E não vê o candidato do seu partido".

O despique verbal atingiu o auge perto da meia noite com Francisco Picado irritado pela forma como Ribau Esteves se referiu à sua saída da administração do centro hospitalar.