Anselmo Castro defende discussão autárquica “construtiva e participada e não tanto do tradicional campeonato dos abraços, beijinhos, sacos de plástico e outros adereços baratos”.

2016-08-26 09:54

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Eduardo Anselmo de Castro, Professor da Universidade de Aveiro, Deputado Municipal e Membro do Secretariado da Comissão Política Concelhia do Partido Socialista, avança com os pilares de um programa para o próximo mandato que será sufragado em 2017.

O socialista, conhecido pela participação em estudos sobre demografia, define “Visão Estratégica”, “uma cidade para os cidadãos”, “participação dos aveirenses na definição de políticas” e “Governação Rigorosa” como elementos a ter em conta no trabalho autárquico qualquer que seja o projeto que se apresente a eleições.

A perspetiva de menos gente em idade ativa, menos crianças e jovens e mais idosos vai contribuir para um quadro que exige “melhores ativos”, “melhores empresas” e “maior eficiência” e não com o contínuo crescimento de áreas empresariais.

“As alterações na estrutura etária implicarão menos salas de aula, mas maior capacidade de assistência a idosos e de serviços de saúde. Preparar o futuro começa nestas ideias genéricas, mas terá de continuar com a previsão possível dos seus impactos quantitativos em termos de mercado de trabalho e oferta de serviços e com o desenho das políticas necessárias para responder a esses impactos”, adverte Anselmo Castro que assume oposição à privatização dos transportes públicos e à liberalização sem regra no setor das telecomunicações.

“Por muito jeito que dê não será certamente a rotunda do Botafogo e muito menos o passadiço psicadélico da Avenida Artur Ravara (que não dá jeito nenhum), que contribuirão para tal”.

O dirigente político salienta a importância de “conhecer os problemas de cada freguesia, cada bairro ou cada lugar, a par das aspirações de quem os habita e conjugar esse mosaico de perspetivas num todo coerente”.

Ser capaz de ouvir os cidadãos é outro dos desafios que classifica como estruturantes. “Para lá da incerteza, é possível dizer que uma gestão participada do município terá de inventar métodos processuais que conjuguem a expressão da pluralidade de opiniões e interesses num programa coerente que respeite as restrições técnicas e financeiras e não perca nos seus detalhes e particularismos a visão estratégica necessária para construir um futuro melhor”.

Anselmo Castro defende que a gestão de recursos ganha relevo num tempo em que os recursos são escassos. “Os últimos anos têm sido pródigos a demonstrar que de boas intenções está o inferno dos desastres financeiros cheio. Ter uma visão de futuro e uma política que responda às escolhas dos cidadão só é possível com uma gestão rigorosa dos recursos disponíveis, com a mobilização de todas as vontades e com uma avaliação rigorosa dos impactos financeiros dos projetos, em termos de investimento inicial mas também em termos dos resultados de operação e manutenção”.

Admitindo que os princípios são aceites por todos os quadrantes políticos, defende que só a capacidade de execução vai marcar a diferença. “Era bom que essa escolha decorresse de uma discussão construtiva e participada e não tanto do tradicional campeonato dos abraços, beijinhos, sacos de plástico e outros adereços baratos, que o tempo de outras ofertas já se foi com a austeridade. Era ainda melhor que essa discussão tivesse por base uma visão estratégica que projetasse Aveiro para uma dinâmica de futuro, que já teve largos horizontes mas que, com o virar do século, se transformou no penoso arrastar de uma rotina sem projeto”.