Anadia: Moção de rejeição ao traçado da linha ferroviária de alta velocidade aprovada por maioria expressiva.

2022-06-13 07:33

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A Assembleia Municipal de Anadia aprovou, por maioria, uma moção de rejeição ao traçado da linha ferroviária de alta velocidade que vai atravessar o concelho.

Os partidos e movimento com assento na Assembleia confessam preocupação pelo impacto do traçado "sobrepondo-se a uma das maiores manchas vitivinícolas da região" e "aniquilando projetos enoturísticos".

A moção, apresentada pelo executivo municipal, foi aprovada por maioria, contando com três abstenções da bancada do Partido Socialista.

Os sinais de protesto têm surgido por parte do executivo liderado por Teresa Cardoso, são agora reforçados pela Assembleia Municipal e contam também com envolvimento de figuras e instituições do setor vitivinícola.

Teresa Cardoso refere que o corredor ferroviário previsto “é tão impactante que chega mesmo a aniquilar projetos enoturisticos de excelência no Município”, acrescentando que “o gigantesco investimento, em termos de custo / benefício, não acrescentará qualquer mais-valia ao desenvolvimento económico do concelho”, razão pelo qual, no seu entender, “não se justifica”.

A edil anadiense sublinha ainda o “impacto negativo” que o traçado trará para as populações residentes nas áreas limítrofes, a nível paisagístico, de ruído, criando um grande transtorno ao nível da própria mobilidade.

Maria Teresa Cardoso classifica esta decisão do Governo português de “incompreensível” e “penalizadora”, configurando, na seu entender, “uma desconsideração para com as populações e os empreendedores locais”.

“Esta medida contribuirá para o desinvestimento no concelho, já por natureza penalizado com a falta de um nó da autoestrada, esse sim fundamental para o desenvolvimento económico de Anadia, e reiteradamente negado pelos responsáveis máximos”, afirmou ainda.

A Moção vai agora ser remetida ao Presidente da República, ao Presidente da Assembleia da República, ao Primeiro-Ministro, ao Ministro das Infraestruturas e da Habitação, aos vários grupos parlamentares da Assembleia da República, à Associação Nacional de Municípios Portugueses e à Comunidade Intermunicipal da Região de Aveiro.