Empreendedor português 2020 formou-se na UA.

2020-10-08 15:58

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André Jordão, 35 anos, antigo aluno da Universidade de Aveiro, fundador e CEO da Barkyn, venceu a edição deste ano do Prémio João Vasconcelos. Este prémio, no valor de 10 mil euros, foi atribuído pela Startup Lisboa no final de setembro e reconhece o empreendedor português que mais se distinguiu no último ano.

“É um reconhecimento simbólico do meu percurso, do que a Barkyn atingiu na nossa indústria e de uma experiência disruptiva em e-commerce”, diz André Jordão acrescentando de imediato: “Sabe bem, claro! Fico muito feliz por acabar por ser escolhido entre um grupo de finalistas de topo. Para além de que é uma honra pela pessoa que homenageia - o João Vasconcelos - uma pessoa que era apaixonada por Portugal e por fazedores”.

Licenciado em Tecnologias da Informação e Comunicação, anterior licenciatura do Departamento de Comunicação e Arte, este antigo aluno da Universidade de Aveiro fundou a Barkyn - um serviço de subscrição para animais de estimação que inclui alimentação personalizada e veterinário à distância – por razões que admite terem sido racionais mas também emocionais.  “É um mercado enorme, que está a crescer todos os anos. Antevi que os próximos anos seriam o timing perfeito, com a passagem galopante da procura do mundo físico para online. Depois, é um mercado que conheço bem enquanto consumidor. Sempre adorei cães, os meus são família! Trabalhar numa área de que se gosta tem também impacto na capacidade de resiliência, para além de ter valor para o negócio, uma vez que se consegue perceber o comportamento do cliente e os problemas escondidos do mercado”.

Há apenas três anos no mercado, esta startup conta com 42 colaboradores de seis nacionalidades distintas, opera em Portugal, Espanha e Itália, e tem mais de 50 mil clientes, tendo-se tornado já um case study em e-commerce.

Antes de fundar a Barkyn, André Jordão trabalhou no mundo corporate e escalou outra startup na Alemanha (Wunder), tendo mais recentemente sido também reconhecido pelos "Global CEO Excellence Awards" como o CEO mais inovador do mercado Pet Care.

Apesar destas distinções, para o empreendedor português do ano falar de sucesso é relativo. “Ainda estou no início, mas atendendo à minha trajetória, julgo que o sucesso é multifatorial e pode ser atingido com um grupo de características diferentes, das quais destacaria três que, se dominadas, são muito diferenciadoras: foco na execução prática - em aprender a técnica e os métodos necessários, com um sentido de urgência para aprendermos e evoluirmos rápido -; obsessão pelo talento - sendo muito ambicioso em relação às pessoas a trazer para a equipa ou para começar a viagem -; e ter a estratégia certa - quer no posicionamento do produto, quer no longo prazo, quer em manter um foco disciplinado no que nos mantém especiais e diferenciados.”

Foi a reputação da Universidade de Aveiro e o seu know-how em tecnologia, muito abrangente e ao mesmo tempo com grandes especialistas em cada área, que levou André Jordão a escolher esta academia para se formar. “Tive uma preparação eclética na área tecnológica e acho que também foi importante ter tido boas infraestruturas que me deram acesso a muita experimentação.”

Paralelamente, foi na UA que considera ter igualmente aprendido a saber pensar de forma abstrata e analítica e a saber sistematizar para decidir, especialmente com disciplinas sobre análise e apoio à decisão. “Pensar um problema de forma analítica e parti-lo em partes é das skills mais importantes em qualquer área ou função.”, defende.

Aos universitários que aspiram ser empreendedores bem-sucedidos, André Jordão garante: “Acima de tudo é preciso ter muita curiosidade pelo mundo, por business e por marketing. Este interesse genuíno trará certamente consigo uma vontade de pesquisa e leitura ávidas. E há que começar de imediato porque o sucesso demora 10 ou 20 anos a construir. Depois é necessário experimentar fazer coisas díspares, projetos, pequenos negócios, estágios... não interessa se dá sempre certo, temos que o saber ler como aprendizagem. Por fim, há que ter uma grande motivação intrínseca - com isso, os outros dois pontos são naturais.”, conclui.

 

 

 

 

 

 

Fonte: UA