Juntas contra "discriminação" de atletas de basquetebol da Ovarense.

2020-07-10 11:13

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O movimento feminista Juntas coloca-se ao lado das atletas da equipa feminina da Ovarense.

Em análise um alegado caso de discriminação de género pelas condições em que funciona a equipa e o seu futuro desportivo fora da Liga.

Por dificuldades financeiras a saída da Liga feminina é um cenário cada vez mais provável.

As jogadoras da equipa de Ovar alegam que o clube desistiu do principal escalão para poupar 23 mil euros reforçando a aposta nas duas equipas masculinas.

Parte das 15 jogadoras do plantel já rescindiram por considerar que foram desvalorizadas pelo clube

“Em vez de nos dispensarem, deviam é apontar-nos como exemplo de luta e resiliência”, lamentaram várias jogadoras em decarações à Lisa.

Rui Palavra, presidente da Ovarense, defende que não se tratou de escolher entre géneros mas salvar o clube num contexto em que a pandemia agravou o estado geral.

“Não se tratou de escolher entre homens e mulheres, apenas de escolher salvar o próprio clube”.

Admite que o quadro geral pode levar a interpretar cmo discriminação um quadro de “injustiça”.

“Claro que as raparigas prescindirem da Liga não é justo. Ao pensar o clube como um todo, vão haver injustiças e desigualdades, mas isso é a realidade - não vivemos num mundo ideal”:

A Juntas – Movimento Feminista de Aveiro – afirma-se solidário com as atletas.

“A discriminação das mulheres é uma realidade transversal às várias modalidades desportivas em Portugal. Recordamos o exemplo recente da tentativa, felizmente derrotada, da Federação Portuguesa de Futebol de impor um teto máximo apenas aos salários das atletas do futebol feminino. A Juntas considera que esta realidade só pode ser transformada com políticas públicas que promovam a igualdade de género e que combatem a primazia dada ao desporto masculino”.