SENZA apresentam “Sozinha no Mundo” e refletem sobre efeitos da pandemia.

2020-09-25 11:45

Tópicos: 

Categoria: 

Concelho: 

“Sozinha no Mundo” é o novo single dos SENZA.

Como nos álbuns anteriores, foi de uma viagem que Catarina Duarte e Nuno Caldeira retiraram inspiração para o seu novo trabalho, mas a diferentes cenários do mundo tiveram que acrescentar o recolhimento ditado pela pandemia.

A partir desta sexta-feira, dia 25, o que o novo single dos SENZA questiona, numa colaboração reflexiva com Carlão, é se os ecrãs ajudaram a humanizar a experiência ou, pelo contrário, vêm anestesiando a humanidade.

Com percursos pessoais ligados a Coimbra, Castelo Branco e Aveiro, a dupla formada por Catarina Duarte e Nuno Caldeira surgiu de um gosto partilhado por música e viagens.

A sua estreia discográfica deu-se em 2016 com o álbum “Praia da Independência”, logo reconhecido como “Disco Antena 1”, e em 2018 seguiu-se “Antes da Monção”, que mereceu ampla cobertura na imprensa portuguesa.

Depois dos álbuns “Praia da Independência” e “Antes da Monção”, os SENZA, coletivo com raízes aveirenses, partiram novamente em viagem pelo mundo e regressaram com novos sons na bagagem.

Essa evolução concretizou-se no single “Sozinha no Mundo”, que é lançado oficialmente a 25 de setembro e no qual Catarina Duarte e Nuno Caldeira contam com a participação especial de Carlão (a.k.a. “Pacman” e Carlos Nobre Neves).

Juntos, os três artistas refletem sobre os efeitos da tecnologia – em especial a associada aos ecrãs – na humanização ou desvirtuação das sociedades atuais.

“Começámos a criar este tema com base em experiências que tivemos em várias partes do globo, maioritariamente na África austral, no Brasil e no México. Depois chegou a pandemia e alterou-nos todos os planos de trabalho: por um lado, deparámo-nos com o cancelamento de dezenas de concertos, com tudo o que isso implica em termos de sustentabilidade profissional e artística; por outro, ficámos com mais tempo disponível para a produção do nosso novo disco, o que nos permitiu experimentar e arriscar muito mais do que aconteceria em situações normais, sujeitas a maior tensão e a prazos apertados”, revela Nuno Caldeira.

Essa maior tranquilidade em termos concetuais não atenuou o desassossego afeto à crise gerada pela Covid-19.

“A pandemia teve um impacto emocional gigantesco na nossa vida profissional e pessoal”, assume Catarina Duarte.

“Não sabemos em que medida isso surtiu um efeito negativo ou positivo na nossa criatividade e no produto final, mas o facto é que, no ano em que teríamos a nossa tournée mais expressiva até à data, tanto pelo país como no estrangeiro, tivemos que lidar com uma paragem inesperada e abrupta, e que nos adaptar à dificuldade em programar o futuro – o que só agrava a instabilidade e insegurança que já são típicas da carreira artística”.

Ambos os músicos defendem, contudo, que saíram enriquecidos da experiência e que isso será percetível no novo álbum que estão a preparar.

“Sem irmos fisicamente para muito longe, este foi um ano de surpresas e de descoberta. Pelas repercussões que isso teve no nosso ego e na nossa motivação, vimo-nos perante um desafio maior do que possa parecer a quem não integra o meio artístico”.