‘As quatro estações’ ópera barroca e estreias absolutas nos Festivais de Outono.

2021-10-28 16:09

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O mais conhecido trabalho de António Vivaldi (1678 – 1741), o conjunto de quatro concertos para violino “As quatro estações”, entra no programa dos Festivais de Outono (FO) de 2021, a 2 de novembro, através da Orquestra de Cordas do DeCA da Universidade de Aveiro (UA). O local escolhido é também icónico: a Sé de Aveiro. Antes, a 30 de outubro, o ensemble Operatória apresenta figuras femininas na ópera do barroco, em Águeda. A 3 de novembro, também em Águeda, o Borealis Ensemble interpreta composições encomendadas para os FO, sendo um dos compositores escolhidos Isabel Soveral (professora da UA).

O barroco destaca-se nas próximas etapas dos (FO), iniciativa promovida pela Universidade de Aveiro (UA). Falamos de três espetáculos, sendo o período barroco o escolhido em dois dos programas, mais concretamente, a 30 de outubro, no Centro de Artes de Águeda, e 2 de novembro, na Sé de Aveiro. Os FO assumem, nestes três concertos e mais uma vez, a sua condição de iniciativa cultural e musical para a região.

O ensemble Operatória apresentam a 30 de outubro, no Centro de Artes de Águeda, a partir das 21h00, uma gala de ópera comentada e focada nas principais personagens femininas das óperas do período barroco, escolha sugestiva do tema principal dos FO 2021: a Mulher. Neste concerto, o público vai poder ver exemplos de como se riam, como choravam, como brincavam, como se enfureciam... Seriam as mulheres retratadas nas óperas de há 400 anos muito diferentes das mulheres dos dias de hoje? A música dos grandes compositores deste período sobe ao palco num concerto que promete um excelente momento de fruição histórica e musical. Neste caso, os bilhetes (gratuitos): podem ser levantados no local a partir de 23 de outubro.

A Sé de Aveiro, com o seu portal e outros elementos notáveis do período barroco, foi o local escolhido para, a 2 de novembro, a Orquestra de Cordas do Departamento de Comunicação e Arte (DeCA) da UA interpretar “As quatro estações”, uma das mais populares obras do período barroco. Texto explicativos destes quatro concertos para violino assinados por António Vivaldi, um dos mais marcantes compositores do barroco, referem o trabalho de tradução para pauta do canto de aves, de riachos a correr, de um pastor e o seu cão a ladrar, moscas a zunir, tempestades e outros elementos do ambiente caraterizadores de cada uma das estações do ano, sendo este considerado um dos exemplos pioneiros da música composta a partir de um programa.

Neste concerto, dirigido pelo maestro André Fonseca, serão solistas Leonor Oliveira, Inês Alves, Francisca Azevedo e Rita Santos. André Fonseca é doutorado em Direção de Orquestra pela UA, e é atualmente o professor da Orquestra de Cordas da UA. Como maestro tem trabalhado sobretudo com formações de jovens, nomeadamente com a Orquestra do Conservatório de Aveiro, Orquestra da Universidade de Évora, Orquestra da Universidade de Aveiro, entre outras, tendo já dirigido em Portugal e França. Já dirigiu diferentes programas com a Filarmonia das Beiras.

O projeto “Este som de o mar praiar”, apresentado pelo Borealis Ensemble - que integra Helena Marinho, professora da UA -, pretende revisitar a ligação entre o mar e a composição/interpretação, sugerida na frase de Fernando Pessoa (em “Mensagem”), promovendo a criação de novos repertórios e apresentando obras do património musical português relacionadas com a temática. Percorrendo um leque diverso de obras de câmara de compositoras/es portuguesas/es em torno de três temas – Brasão, Mar Português, Encoberto (tal como as três partes da “Mensagem”) – o concerto relata a história da nossa ligação ao mar, destacando-se a estreia mundial de novas criações de Isabel Soveral (compositora e professora da UA), Nuno da Rocha e Hugo Vasco Reis, encomendadas para este projeto.

“Este som de o mar praiar”, verso retirado da “Mensagem” (1934), de Fernando Pessoa, evoca os sons de um mar inatingível ou utópico, remetendo para uma dimensão essencial da identidade portuguesa, a sua complexa relação com o mar. A temática tem sido explorada na cultura portuguesa extensivamente, desde as artes plásticas à música.

O Borealis Ensemble é um grupo de câmara de formação variável, liderado por António Carrilho (flautas de bisel) e Helena Marinho (piano e pianoforte), com atividade continuada desde 2015, e repertório abrangente desde o período barroco até aos nossos dias. Com apresentações em salas e festivais de renome nos últimos cinco anos, o Borealis Ensemble gravou dois CD, incluindo obras que lhe foram dedicadas. Dois dos seus projetos foram distinguidos em concursos da Direção-Geral das Artes. Neste projeto, que contou com o apoio da Direção-Geral das Artes, UA, e Instituto de Etnomusicologia – Centro de Mùsica e Dança (INET-md), juntam-se ao ensemble Sara Braga Simões (soprano) e Catherine Strynckx (violoncelo).