Sindicato contra recondução de director clínico no Centro Hospitalar do Baixo Vouga.

2015-03-26 13:02

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O Sindicato dos Médicos da Zona Centro insurgiu-se contra a recondução do director clínico do Centro Hospitalar do Baixo Vouga (CHBV), que acusa de ter sido “um dos protagonistas” da degradação dos serviços.

“É com surpresa que o SMZC assiste à nomeação de um novo Conselho de Administração, reconduzindo o mesmo director clínico. Importa relembrar que foi este um dos protagonistas de diversas ilegalidades no passado e de ter dado provas da falta de respeito que nutre pelos direitos dos trabalhadores médicos e dos utentes”, afirma a estrutura, em comunicado.

O Sindicato refere que foi durante o mandato do director clínico reconduzido que “se desmantelou a Cirurgia do Ambulatório no Hospital de Salreu, se perdeu a idoneidade formativa do Serviço de Endocrinologia, Oncologia, Medicina Física e Reabilitação (MFR), e foram nomeados directores de Departamento e directores de Serviço, sem respeito pelo cumprimento do estabelecido na Lei”.

Em discordância com a continuidade daquele responsável, o Sindicato lembra que foi no seu exercício de funções que “se assistiu ao fim da Urgência de Neurologia” num Centro Hospitalar que serve cerca de 400 mil habitantes. “Foi ignorado durante mais de um ano a existência de uma lista de espera inactiva de doentes de Hematologia”, instalou-se “um esquema de manipulação ilegal das listas de espera cirúrgicas, com prejuízo grave para os utentes” e “tornou-se comum a existência de escalas do Serviço de Urgência sem chefe de equipa nomeado, com médicos insuficientes e com médicos internos escalados no lugar de especialistas”.

Aquele Sindicato sublinha que houve “um movimento espontâneo de trabalhadores, transversal a todas as classes profissionais, exigindo a demissão dos restantes membros do CA, conforme patente num abaixo-assinado que recolheu mais de 400 assinaturas” e “uma grande vigília em frente ao Hospital de Aveiro, com o apoio da sociedade civil, dando corpo ao clima de insatisfação generalizado que se vive dentro e fora de portas”, o que “tornou impossível a continuidade” do anterior Conselho de administração.

“Antevê-se a continuação de um período negro para o CHBV e para os seus trabalhadores com a manutenção deste director clínico”, conclui o Sindicato, lamentando que nenhum membro do novo Conselho de Administração tenha comparecido a uma reunião agendada com a Secção Regional do Centro da Ordem dos Médicos e com os Sindicatos Médicos.

 

Fonte: www.jornalmedico.pt