Rosa Maria Albernaz enaltece papel das mulheres na vida militar.

2016-03-09 16:22

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Rosa Maria Albernaz diz que mulheres e crianças são as principais vítimas em todas as guerras e conflitos mas acredita que as mulheres podem assumir papel de relevo no desenlace de conflitos com presença de mulheres militares que integrem missões internacionais da ONU ou da PESD (Política Europeia de Segurança e Defesa).

“Atualmente, o conceito que temos de defesa não se resume à componente militar mas sim a diversas outras componentes nas quais a intervenção das mulheres militares se tem revelado fundamental, designadamente na vertente da promoção dos direitos humanos e da prevenção da violência física, sexual e psicológica, infelizmente bastante frequentes em situações de conflito, tendo o seu papel sido objeto de vários estudos que concluíram que a presença de mulheres em missões humanitárias e de paz tem-se revelado um elemento positivo e uma inegável mais-valia”.

A deputada socialista eleita por Aveiro aplaude a iniciativa da alteração do regulamento do recenseamento militar em Portugal, que alargou a obrigação de recenseamento aos cidadãos do sexo feminino, e que constituiu outro marco importante na sua afirmação nas Forças Armadas permitindo-lhes que estejam presentes no Dia da Defesa Nacional.

Declarações prestadas numa conferência promovida pela Comissão de Defesa Nacional da Assembleia da República, no âmbito das comemorações do Dia Internacional da Mulher, subordinada ao tema “A participação das mulheres nas missões internacionais das Forças Armadas”.

Naquela intervenção, a deputada relevou o papel importantíssimo que Harriet Quimby, a primeira mulher a receber o brevet de piloto nos Estados Unidos em agosto de 1911, como factor determinante na mudança de mentalidades quanto ao papel da mulher no mundo, e como exemplo e fonte de inspiração para muitas jovens mulheres daquele tempo.

Dezassete anos depois, e agora no contexto nacional, torna-se incontornável uma referência especial a Maria de Lourdes Sá Teixeira, que foi a primeira mulher a receber o brevet de piloto em Portugal, em 6 de dezembro de 1928, e cujo nome foi proposto ser atribuído ao Lockheed L1011 Tristar “CS-TMX” da companhia aérea “Yes Air Charter”, como uma forma de homenagear esta pioneira na aviação nacional, relembrou ainda Rosa Maria Albernaz.

Mencionou ainda, entre tantas outras, mais três grandes mulheres pioneiras no mundo da aviação portuguesa: Teresa Carvalho, a primeira mulher a ingressar na companhia de Transportes Aéreos Portugueses (TAP) como piloto civil; Paula Costa, a primeira mulher a ingressar, como piloto militar, na Força Aérea Portuguesa e Diana Gomes da Silva, a segunda mulher civil mais nova do mundo a fazer exibições de acrobacia aérea.

Na década de sessenta, a Força Aérea Portuguesa (FAP) foi a grande impulsionadora da incorporação de seis enfermeiras paraquedistas no mundo militar, as “Seis Marias” como ficaram conhecidas, mulheres que prestaram cuidados de saúde e assistência aos militares, mormente nas missões no então Ultramar, constituindo um marco histórico quer para Portugal quer para as Forças Armadas Portuguesas.