Fernando Correia (UA) ilustra série filatélica sobre lebres-do-mar.

2019-09-27 15:45

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O Diretor do Laboratório de Ilustração Científica da UA ilustra série filatélica sobre lebres-do-mar.

Pela primeira vez na história da filatelia portuguesa as chamadas lebres-do-mar surgem numa série de etiquetas autoadesivas ilustradas.

A série, constituída por três espécies deste grupo, foi ilustrada por Fernando Correia, diretor do Laboratório de Ilustração Científica da Universidade de Aveiro (UA).

Este grupo de curiosas lesmas marinhas destaca-se pela diversidade de formas, intenso colorido, como acontece com a espécie Babakina anadoni, e pelas diminutas dimensões. A espécie Algarvia alba, por exemplo, não chegam ao centímetro e meio.

O trabalho representou “um autêntico desafio de figuração”, explica Fernando Correia, também docente no Departamento de Biologia.

“A riqueza de pormenor de cada espécie que era necessário representar levou-me a estudar a anatomia deste grupo que, em Portugal, reúne 150 espécies diferentes. Neste trabalho, o autor contou com o acompanhamento de um dos especialistas nacionais no estudo deste grupo, Gonçalo Calado, professor da Universidade Lusófona de Humanidades e Tecnologias.

O autor procurou, afirma, criar imagens esteticamente interessantes, encerrando em si “o modelo de representação com valor identitário da espécie em causa”. Ou seja, também neste caso, “mais do que arte, é Ciência visual: é o resultado gráfico de um aturado trabalho de observação e interpretação que permite comparações e análises, capaz de promover discussões e inferir conclusões com valor taxonómico”.

Fernando Correia, que foi autor de ilustrações que são o rosto de várias emissões filatélicas em Portugal e no estrangeiro, sublinha o “poder impactante e de dupla funcionalidade dos selos” ou, neste caso, de etiquetas autoadesivas, que “não só comunicam e dão a conhecer a diversifica flora ou fauna, como também cumprem o desígnio de alertar para a necessidade de proteger este bem patrimonial”.

“Cada emissão representa, no fundo, uma pequena campanha de consciencialização e sensibilização”.

“Não podemos deixar, com estas iniciativas, de louvar o importante papel desempenhado pelos CTT nessa missão que deve ser de todos nós, pessoas ou empresas, ao criar tão fascinantes embaixadores da biodiversidade e do património português”, assinala.

 

Texto e foto: UA