Ciclaveiro não quer estacionamento subterrâneo no Rossio.

2017-04-05 08:08

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A Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta (Ciclaveiro) já transmitiu à Câmara de Aveiro a sua oposição à possível construção de um parque de estacionamento subterrâneo no Rossio para cerca de 300 automóveis.

Reação ao caderno de encargos do concurso de arquitetura de conceção para a Requalificação do Largo do Rossio e Praça General Humberto Delgado (“Pontes”).

Diz que não é conciliável com os objetivos estratégicos da Proposta de Delimitação da Área de Reabilitação Urbana (ARU) de Aveiro, componente do Plano Estratégico de Desenvolvimento Urbano da Cidade de Aveiro (PEDUCA).

A existência de três parques de estacionamento subterrâneos no centro da cidade de Aveiro, a menos de cinco minutos a pé do Rossio, com dois em subutilização, é um dos argumentos apresentados contra a opção.

A Ciclaveiro considera, ainda, que a construção de um parque de grande dimensão vai “atrair mais veículos motorizados para o centro da cidade”, algo que encara como “erro de planeamento” e uma “má prática” de estratégia de mobilidade.

“Trazer mais carros para o centro da cidade implica mais congestionamento de tráfego, mais poluição, menor qualidade do espaço público e mais custos com construção e manutenção de infraestruturas rodoviárias, que terão que ser suportadas por dinheiros públicos, para além de todas as outras externalidades negativas associadas ao uso excessivo do automóvel particular que hoje em dia se pretendem reduzir”.

A dimensão da obra e os impactos da construção é outro dos argumentos contra a construção. A associação pela mobilidade defende uma aposta no acesso ao Rossio com recurso a meios suaves.

“Ao invés deste tipo de proposta, devem ser criadas e melhoradas condições para que as deslocações dentro da cidade e no acesso ao seu centro se façam cada vez mais através dos modos ativos ou em intermodalidade com os transportes públicos. São estas as práticas adotadas em toda a Europa. Ademais dos prejuízos atrás mencionados, um tal investimento público seria certamente mais bem aplicado nas referidas medidas que promovessem a mobilidade ativa e sustentável no perímetro urbano e periurbano”.