Feriado Municipal de Ílhavo ao ritmo das eleições legislativas.

2015-04-06 18:54

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As eleições legislativas entraram nos discursos do Feriado Municipal de Ílhavo e as intervenções dos partidos com assento na Assembleia Municipal não esqueceram o balanço aos anos de intervenção externa. Entre 2011 e 2014 Portugal incluiu a palavra Troika no vocabulário e para o PCP é hora de travar a degradação de serviços públicos valorizando a saúde, a educação, a justiça e os apoios sociais de um Estado Social que foi uma conquista de Abril.

Jaime Santos acentuou a importância das autarquias na vida política e defendeu a valorização dos Municípios e das Juntas de Freguesia mas alertou para um exercício do poder central que procura “empurrar” responsabilidades.

“Não nos podemos deixar iludir pelos cantos de sereia que pretendem fazer passar para as autarquias responsabilidades que cabem em primeiro lugar ao Estado, nomeadamente em áreas como a saúde e a educação”.

Do PP ouviram-se elogios à entrega dos dirigentes associativos ao bem comum. António Pinho elogiou essa entrega e o reconhecimento prestado pelo Municípios aos heróis da I Grande Guerra com a exposição patente no CCI como memória que é necessário cultivar e abordou o cenário de eleições legislativas para alertar para as escolhas necessárias em tempo de decisões.

E não esqueceu a “errância” dos discursos citando António Costa (PS) que apresentou uma visão otimista do País perante uma audiência chinesa, reconhecendo progressos, mas que crítica o caminho nos discursos para consumo interno.

Sérgio Lopes, do PS, apelou à criação de consensos no Município e ao desenvolvimento de um plano estratégico de horizonte alargado com impacto na criação de emprego e na criação de uma vitalidade própria que afaste os riscos das marcas de cidades dormitório.

Apontou prioridades como as respostas ao envelhecimento, dispersão de equipamentos, dinâmica económica pouco competitiva e os riscos do desaparecimento perante o centralismo de Aveiro.

Na defesa do cumprimento de um Plano Estratégico, Sérgio Lopes advertiu para os riscos da dispersão.

“O que queremos que a nossa terra seja daqui a 20 anos? Uma coisa sabemos que não queremos: não queremos que Ílhavo se consolide como uma `cidade‐dormitório´.   Não queremos, no entanto, com isto dizer que o município se deve posicionar como adversário de Aveiro, mas sim, que consolide a sua identidade em função das vantagens e desvantagens de nos encontrarmos envolvidos pelo sistema urbano da capital de distrito. Nesse quadro, as prioridades estratégicas do Município devem estar centradas na fixação de população, na criação de emprego, na gestão integrada do concelho em termos urbanísticos, na gestão integrada dos equipamentos públicos e sociais, no aproveitamento das nossas potencialidade turísticas e ambientais”.

Sobre o país, defendeu a importância de criar um novo ciclo de desenvolvimento. “O País e os Portugueses atravessaram durante os últimos quatro anos gravíssimas dificuldades impostas pela crise internacional, pelo Programa de Ajustamento Financeiro e pela Governação. O modelo social europeu e o Estado Social português foram constantemente colocados em causa, a economia definhou e o desemprego cresceu, a confiança dos portugueses nas instituições nunca foi tão diminuta. E, os ilhavenses não estiveram imunes a estas agressões. Agora, é tempo de Reconstruir Portugal”.

Flor agostinho, do PSD, fez apelo à memória dos ilhavenses apontando Teixeira dos Santos como o rosto do convite à chamada da Troika no programa de assistência que vigorou entre 2011 e 2014. Falou de uma herança “despesista” e de um país que fez o caminho rumo à credibilização.

“Se Portugal eventualmente não tivesse seguido a receita proposta pela troika, mas pelo contrário, tivesse adotado a prescrição de mais tempo e mais dinheiro ou até a receita da reestruturação da dívida, o que teria acontecido a este país? Eventualmente estava confrontado com uma crise económico-social idêntica à do país que para alguns é o símbolo do combate aos poderosos da finança europeia”.

Na política local destacou o cumprimento do programa eleitoral como pilar do projeto político citando projetos de referência que fazem parte do caderno de investimentos públicos e privados assegurando que a aposta é “pugnar pela sustentabilidade financeira da autarquia”.

Fernando caçoilo, presidente da Câmara, fechou os discursos repetindo a importância do investimento em projetos como o ECOMARE, o Parque da Ciência e Inovação, as obras na Vista Alegre (Hotel, Museu e Teatro), o edifício sócio-educativo da Costa Nova e as redes de drenagem de águas na Gafanha da Nazaré e defendeu que os indicadores mostram uma Câmara equilibrada. Num orçamento de 28 milhões há 15 milhões destinados ao investimento. A dívida baixou quase 30% comparativamente ao ano 2012” sublinhava o autarca realçando que o exercício é exigente num quadro de crescentes dificuldades.

“Travamos batalhas económicas, políticas e sociais numa luta por vezes desigual em que a falta de autonomia nos espartilha a vontade de ir mais além, naquilo que é o serviço público que prestamos à população”.

O sinal de otimismo tinha sido deixado na abertura da sessão com o presidente da Assembleia Municipal a dar visto positivo às contas do Município. “Na minha condição de autarca atento tranquilizo todos os ilhavenes mo que diz respeito à saúde financeira da Câmara. A consolidação orçamental e a redução da dívida são fatores reveladores da ponderação e determinação que o executivo municipal põe na gestão da coisa pública”.

Seguiu-se a entrega de condecorações honoríficas e a inauguração de uma exposição sobre a presença dos ilhavenses na I Grande Guerra. Uma jornada em que o BE não esteve representado.