“É evidente que a pressão dos cidadãos é importante mas não venha o PS tirar dividendos nesta questão” – Carlos António Rocha.

2015-02-27 23:04

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O presidente da Junta de Freguesia da Gafanha da Nazaré adiantou, esta noite, na Assembleia Municipal de Ílhavo, que uma reunião entre Administração do Porto de Aveiro, autarcas da Junta de Freguesia, Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré e CIMPOR, deixou indicações positivas quanto à consensualização de medidas para mitigar os efeitos da movimentação de petcoke no Porto de Aveiro. Carlos António Rocha, visado nalgumas críticas quanto à conduta da Junta, disse que a ação dos cidadãos foi importante mas recusa as acusações de inação.

“É evidente que a pressão dos cidadãos é importante. Não venha o PS tirar dividendos nesta questão. Deve medir bem o que diz. A Junta está a trabalhar nisto desde a eleição. Na reunião de hoje estabeleceram-se vias de diálogo e metas. Fiquei com a sensação que as coisas estão com sentido positivo de entendimento entre as partes. Acredito em novidades satisfatórias para o povo da Gafanha sobre esta matéria”.

Sérgio Lopes (PS) repetiu críticas já ouvidas à forma como os cidadãos lideraram o processo. “A mobilização da população é normal. O alheamento das autarquias é que não é normal”, acusava Sérgio Lopes.

“Nos últimos meses a população da Gafanha foi abandonada à sua sorte. Apelámos à CMI e à Junta que pressionassem as entidades. Ignoraram os apelos e alguns dirigentes e autarcas menosprezaram e gozaram com as posições. Só recentemente deu de si quando se sentiu institucionalmente ultrapassada. Graças às ações da população esta questão entra na agenda; Graças às ações da população temos oportunidade de fiscalizar todo o processo; Graças à população temos oportunidade de introduzir as alterações necessárias. Se estamos mais perto de resolver o problema devemos isso à população”.

Fernando Caçoilo, presidente da Câmara de Ílhavo, defende que a autarquia esteve envolvida no debate com as entidades competentes a partir do momento em que tomou conhecimento do problema. "A CMI só conheceu o edital por acaso. Pressionámos a APA para que fizesse a monitorização da qualidade do ar. Falta a segunda parte do relatório e as conclusões. Já tivemos reuniões com a CIMPOR e sabemos que estão a introduzir medidas mitigadoras. Disse aos administradores da empresa que estou aqui para defender o meu território. Por isso, não aceito que me acusem de não estar ao lado da população". 

A questão tinha merecido, igualmente, intervenção de José Firmino (PCP). “Os problemas que a Gafanha tem tido com as políticas da APA em questões ambientais têm beneficiado de alguma complacência da Câmara e de outros órgãos autárquicos. Penso que a Câmara teve algum alheamento mas não me parece a principal culpada. Pedia maior empenhamento dos representantes autárquicos. Trata-se de uma questão de saúde pública. Isto não pode cair no esquecimento”. 

Carla Lima, do BE, salienta que faltou pro-atividade e pediu o aprofundamento dos estudos para se perceber quais os efeitos do produto manuseado. "É importante aprofundar a informação". Hugo Rocha, do PP, defendeu a posição das autarquias no processo e voltou a lembrar as dúvidas em torno das consequências do produto para a saúde pública.