Balanço ao mandato e contas dominaram debate entre candidatos à Câmara de Aveiro.

2017-08-26 08:49

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Debate em torno da assistência financeira, dos impostos e da necessidade de apostar na qualidade de vida com transportes públicos e um município em que os cidadãos possam ter papel mais relevante na definição das políticas. Foi este o tom do primeiro debate entre os candidatos à Câmara de Aveiro na RTP3.

Ribau Esteves (PSD-CDS-PPM), Manuel Oliveira de Sousa (PS), Nelson Peralta (BE), Miguel Viegas (CDU) e Jorge Morais (PAN) foram os participantes e o atual autarca o alvo das críticas dos candidatos.

Manuel Oliveira de Sousa assumiu-se como a alternativa ao fim de 12 anos de maioria PSD/PP. "Não são quatro anos. São doze anos de maioria", vincou numa referência aos dois primeiros mandatos de Élio Maia.

Salienta que falta uma dimensão “estratégica” aos planos de desenvolvimento para Aveiro e reafirmou o compromisso de mexer nos transportes logo que assuma o poder em caso de vitória eleitoral.

O alívio das medidas de austeridade será uma das ideias a implementar para além de uma nova forma de fazer política. “Foi isso que nos transmitiram os diálogos colaborativos. Há vontade de mudança”.

Miguel Viegas acabou por acusar Ribau de ter vencido a eleição de 2013 com base na “mentira”. Falou em fraude pelas promessas feitas e diz que essas promessas podem repetir-se na eleição de 2017. Referiu a falta de investimento em zonas nobres como a antiga lota e a frente ribeirinha. 

O mesmo tom foi usado por Nelson Peralta que recordou a promessa de não aumento do IMI e que apontou o dedo ao candidato da atual maioria por “carregar” os aveirenses de impostos a troco do empobrecimento nos serviços públicos. “Arrecada o dobro em impostos mas concessiona os transportes. É uma Câmara na linha do que foi a governação em austeridade de Passos Coelho”.

Jorge Morais, do PAN, foi um dos estreantes e não escondeu que havendo “elevado potencial” em Aveiro é necessário saber capitalizar essa força. Criticou o que disse ser a força das grandes empresas que “não cuidam do ambiente” prejudicando os cidadãos. Cacia foi o centro das atenções pela existência de unidades industriais e pelo tráfego na EN109.

Ribau Esteves repetiu que as circunstâncias eram difíceis em 2013, pelo desequilíbrio entre receita e despesa, mas considera que hoje o Município está capacitado para seguir para uma nova etapa de desenvolvimento. E admitiu capacidade para baixar o IMI para 0,4% logo que surja a necessária alteração legal na lei do Fundo de Apoio Municipal.

A captação de fundos – o autarca falou de mais de 40 milhões -, o turismo, a reabilitação urbana, a parceria com a Universidade, a dinâmica do tecido económico e a capacitação da autarquia foram apresentados como trunfos de uma cidade “onde é bom viver”.

“Em 20 anos de eleições autárquicas nunca me confrontei com tanta demagogia”, comentou o atual autarca que não aceita as críticas da "geringonça local" que vê jardins abandonados e estradas degradadas depois do investimento feito na qualificação do espaço público.