ADIG e Câmara de Ílhavo "olhos nos olhos" sobre futuro da Gafanha.

2016-04-20 17:40

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Não foi um frente-a-frente, no verdadeiro sentido do termo, porque as perguntas e respostas estão confinadas ao regulamento das reuniões de Câmara, mas a reunião do Executivo Municipal de Ílhavo, na Gafanha da Nazaré, permitiu o diálogo entre a Associação para a Defesa dos Interesses da Gafanha da Nazaré e a equipa de Fernando Caçoilo.

Vários elementos da direção da ADIG foram ao salão nobre da junta colocar questões sobre temas da atualidade e o arranque ficou marcado pelo apelo de Humberto Rocha à criação de canais de diálogo. O presidente da ADIG diz que enfrenta algumas dificuldades para conseguir agilizar esses fóruns de conversa.

“Não queremos ser problema. Queremos ser solução. Hoje não queremos trazer para aqui os assuntos mais relevantes mas pedimos respostas para coisas simples como pedidos de reuniões”.

Fernando Caçoilo assumiu que num dos recentes encontros e perante a impossibilidade de estar presente ficou desiludido porque a associação não aproveitou o encontro com o vice presidente da Câmara, Marcos Ré. “Tiveram oportunidade de reunir com o vice presidente da CMI e recusaram. Não gostei” ( com áudio).

João Marçal deixou apelo aos cuidados com as marcações das vias e a sinalização para evitar acidentes. Leopoldo Oliveira questionou o executivo sobre as alterações aos sentidos de trânsito. “Os sinais e as vias de sentido único estão em fase experimental ou vão ficar assim? Vai haver mais restrições noutras ruas?”

A autarquia explica que o movimento veio para ficar admitindo, ainda assim, alterações pontuais. “No dia em que houver passeios em todas ruas não tenho dúvidas que haverá poucas que não sejam de sentido único. Mas estamos disponíveis para retificar o que for de retificar”.

Graça Oliveira aproveitou para a oportunidade para questionar a gestão de espaços culturais e pediu uma política de “igualdade”. “A diferença no número de espetáculos entre centros culturais é enorme”.

Caçoilo entende que “já houve diferenças maiores” deixando espaço para a intervenção da nova equipa que lidera a área de cultura. “Qualquer equipamento que se abre não se abre só por abrir. Percebo o que quer dizer e hoje há mais espetáculos na Gafanha”.

Humberto Vieira falou de espaços museológicos para questionar a autarquia sobre o futuro da Casa Gafanhoa e apelou à reparação do piso da avenida José Estêvão. “Temos dois museus, o Santo André e a Casa Gafanhoa. A Casa vai continuar fechada ou vai abrir mais regularmente? E a melhoria do piso da avenida? Não será melhor retirar o que está a colocar novo tapete? É que de outra forma qualquer dia não há passeios”.

Fernando Caçoilo abordou a questão do pólo museológico e anunciou obras na avenida. “Entregámos a casa ao Grupo Etnográfico. O objetivo é discutir a situação. Reconhecemos que está mais tempo fechada que aberta. Quanto à Avenida José Estêvão vai ser repavimentada, talvez para as eleições de 2017”.

No público estavam outras figuras que também deixaram questões. Modesto Santos, que foi candidato pelo PS à liderança da Junta de Freguesia, pediu informação sobre a requalificação na área contígua à vala do Oudinot. “O que podemos esperar quanto à requalificação do esteiro Oudinot, como irão evoluir os constrangimentos à circulação e que futuro para apoiar jovens na inserção profissional?”

A autarquia explica que o aproveitamento do espaço paralelo à via de cintura portuária depende de conversações com a administração portuária e sobre o empreendedorismo lembra que Ílhavo tem estruturas para esse fim. “Temos ações de formação no âmbito do SAFE que podem ser aproveitadas pelos jovens”.

Manuel Serra, ex-presidente de Junta, apelou ao trabalho em torno de “questões sociais” como a grande aposta que está por fazer e Vasco Lagarto (TICE) deixou como sugestão o aproveitamento da instalação medidora da qualidade do ar para aprofundar o conceito de cidade inteligente.

“Aproveitar a instalação da estação para disponibilizar dados em tempo real para conhecimento dos cidadãos e assim apostar nas cidades inteligentes”.

Fernando Caçoilo admitiu a oportunidade da ideia e admite que pode ser um aspeto a considerar. “Registamos a sugestão. Faz todo o sentido. Queremos estar entre os municípios inteligentes”.