Tempo, segurança e silêncio são trunfos do interior para o futuro do turismo.

2019-01-23 09:15

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O Turismo Centro de Portugal e a nova Secretaria de Estado da Valorização do Interior reuniram-se em Castelo Branco, na passada segunda-feira, num encontro para acertar estratégias para o interior.

Na reunião, Pedro Machado e Jorge Loureiro, da direção do Turismo Centro de Portugal, apresentaram os contributos que o Turismo pode fornecer à estratégia da Secretaria de Estado.

Ao longo do encontro ficou patente que as duas entidades perseguem um objetivo comum: a valorização dos territórios mais afastados dos centros de decisão.Pedro Machado recordou que o Turismo Centro de Portugal, em cooperação com as comunidades intermunicipais, tem assumido um papel privilegiado de promoção dos produtos e territórios do interior da região, tanto a nível nacional como internacional.

Além disso, disponibilizou a entidade que dirige para cooperar com a Secretaria de Estado na capacitação dos agentes económicos, ajudando a qualificar os ativos do setor turístico e desenvolvendo programas que possibilitem captar novos investimentos.O presidente do Turismo Centro de Portugal sublinhou também o facto de a região estar em linha com as grandes tendências nacionais e internacionais de procura turística.

“A aptidão do Centro de Portugal pelo turismo ativo, pelo turismo da natureza, pela cultura física, pelo bem-estar, pela saúde, encaixa hoje na perceção cada vez maior dos consumidores que chegam a Portugal, por oposição àquilo que foi muitos anos a imagem do país: o turismo de sol e praia. Felizmente, essa perceção no consumidor hoje está a mudar. E esta nossa região está na primeira linha para um reposicionamento do território”, disse, destacando como exemplos práticos de produtos turísticos do interior a Estrada Nacional 2, os Caminhos de Santiago ou o Portuguese Trails - Cycling and Walking.

“O luxo do século XXI vai ser o interior, não tenho dúvidas nenhumas. Temos três coisas no interior que o país não tem no litoral, e muito menos nos grandes aglomerados urbanos: tempo, que é uma coisa fantástica; segurança; e silêncio, que vale ouro. Acredito verdadeiramente que estes territórios, que têm tempo, estão em silêncio e oferecem segurança, são o futuro do turismo em Portugal”, acrescentou.

“Temos de ter no interior do Centro de Portugal âncoras importantes a nível do turismo. É importante criar rotas para levar as pessoas ao interior”, frisou, por sua vez, o Secretário de Estado, João Paulo Catarino, alertando, no entanto, para a necessidade de haver retorno económico para quem lá vive: “As pessoas que vivem nestes territórios não podem ser só figurantes. O Turismo tem de deixar retorno económico e por isso é que tem de ser muito bem estruturado”.

Na reunião, foi também abordada a experiência do Turismo Centro de Portugal nos projetos transfronteiriços com a Extremadura espanhola e o Alentejo, inseridos na eurorregião Euroace. Até porque os projetos transfronteiriços são uma prioridade para o Governo.

“Temos vindo a trabalhar há dois anos, do ponto de vista prático e programático, com a Extremadura, trabalho a que se juntou mais tarde o Alentejo. Procurámos tirar partido de uma relação privilegiada com o nosso primeiro mercado emissor, que é Espanha. Portugal e Espanha são, em conjunto, o primeiro mercado internacional europeu, recebendo mais de 100 milhões de turistas estrangeiros por ano. Isto coloca-nos num patamar particularmente interessante do ponto de vista de uma relação ‘dois países, um destino turístico’”, explicou Pedro Machado.

A reunião aconteceu em Castelo Branco, sede da nova Secretaria de Estado da Valorização do Interior.